sábado, 5 de outubro de 2013

A entrada do paraíso tem duas portas para o inferno


 « Parecere subjectis e debellare superbos » 
No taoísmo classico, faz-se muitas vezes referência ao “um”, a esse retorno preconisada no capítulo 40 do Daodejing.

O retorno à unidade requer um trabalho específico, deversificado e falssamante progressivo.

Nós podemos no entanto realçar três aspectos principais ás diversas progressões sobre a Via: um trabalho sobri si mesmo, sobre o Mundo e sobre o misterioso do Céu.

Esta Via entre Céu e Terra é a espeficidade taoísta.

Este retorno para a unidade requer de dissecar o nosso ser, nossa vida, as nossas maneiras de actuar e as nossas ilusões, mas também transmutar esse grosseiro em luminoso, é uma alquímica global.

O treino sobre a Via requer de realisar duas “alquímicas”:
  • Uma do interior para o exterior
  • Uma outra do exterior para o interior
Falamos do que nós conhecemos bem, nas diferentes escolas do desenvolvimento espiritual, e que é o mais praticado: o trabalho do interior para o exterior.

Por introspecção, por buscas sobre nós mesmos, nós desenvolvemos um melhor conhecimento de si mesmo.

Este conhecimento permite-nos de trabalhar sobre os diferentes componentes compreendidos e nós vamos desenvolver todos os aspetos que fazem com que nós seres humanos; para fazer explodir o “o Zhen Ren 真人”, ser humano verdadeiro, perfeito Os perigos desta etape, é esquecer a sua finalidade, o mundo, os outros...

Este treino é suposto permitir-nos de nos integrar melhor no mundo, de viver melhor com os outros...salvo se estamos numa prática de retirada do mundo (o que não é o caso da nossa Escola).

Mais uma vez, esta parte da Via é de ir do interior, o nosso trabalho sobre nós mesmos, até ao exterior, o mundo e os outros.

A armadilha, é que no desenvolvimento de si mesmo, deixamos o nosso ego “explodir”, a nossa individualidade olha o mundo com desdenho, nós sentimo-nos superiores... Nós deixamos uma parte da Via morrer, nós paramos ao ponto de contacto com o mundo, ao limite das nosssa percepções.

É verdade que o trabalho sobre si permite de conhecer-mo-nos melhor, de funcionar melhor no mundo de ter uma vida mais fácil, mais fluida.

Olhando aqueles que ficam no mundano, é às vezes fácil de criticar e de julgar: o invés do que nos dita a Prática

Esta aspeto da Via pede-nos de fazer transpirar as qualidades da Prática no mundo, com os outros, para iluminar o nosso mundo, torná-lo mais agradável.

Não se trata de un desenvolvimento do interior  par o ego, mas de si ao mundo, do interior para o exterior : é a via da alquímica interna, esse trabalho de resoluções das minhas preocupações comigo mesmo para conseguir resolver as minhas contrariedades com os outros.

A alquímica interna é então uma via que nos faz saír do nosso ego, para que a nossa individualidade rafinada possa dar o exemplo no mundo .

As técnicas partem do centro do corpo para subir ao meio do nosso ser e saír para o mundo: o teste não é então sobre nós mesmos, mas sobre as nossas relações ao mundo.

O inquietante não é verdeiramente o tempo da prática passado totalmente sentado sobre os seus fundamentos, mas muito mais a maneira como o meu assopro permite uma melhor interação com os meus vizinhos.

O Assopro, é a energia que me é pedida para aceitar as opiniões diferentes, mas o assopro está também ligado ás emoções, as emoções que devem estar estáveis para acolher a rusticidade dos incultos.

Isso é então verdadeiramente um trabalho do interior para o exterior.
Mas há a outra via, a outra porta.

Negligenciada e desnaturada, muitas vezes secrèta, a alquímica externa taoísta permite de se mudar o exterior para o interior.

Pelas manipulações e as transformações que se desenrolam á frente dos nossos olhos, pelos “milagres” que se realisam em cacho, pelo tempo passado a olhar o mundo transformar-se, nós conseguimos a mudar radicalmente o que era “eu’.

Os prodígios da alquímica são :
  • Os elixires
  • A busca de Jing
  • A cozinha
  • A medecina taoísta
  • A dissolução
Esta prática obriga-nos a constatar com amargura que nós não somos perfeitos e que o trabalho vai ser longo: ela expõe a nossa necessidade de ser tranquilisado, a nossa incapacidade à presença, a impossibilidade do nosso ego a seguir as instruções ou ainda a nossa suprioridade assumidas.

Mas eis que por vezes podemos esconder na prática interna, em filtrando com manha as nossas mais gordas mentiras, a prática externa não engana: isso não dá!

Efectivamente, seguindo as instruções, deixando-nos levar por uma boa dose de atenção, fazendo como nos disseram: isso dá, o resultado está perante os nossos olhos, realisado.

Mais uma vez, quando nós tentamos os primeiros golpes, tendo posto de lado numerosas instruções, mal compreendidas ou muito simples para nós, por vezes mal escutadas, nós estamos em frente duma realidade esmagadora e intratável, uma evidência flagrante e verdadeira, uma certeza que acenta raíz na materialidade “ bem isso não dá”!

Quaisquer que sejam as crenças mais grandiosas que possamos ter sobre a sua evolução, quaisquer que sejam os mitos majestuosos que tenhamos construido sobre a sua grandeza de alma: o resultado também não está á vista.

É a força da via externa, ela nos trás para o real.

Que esta via seja a primeira ou em apoio à via interna,os dois aspetos da prática ajudam-nos a não sucumbir ao materialismo espiritual e a guardar-nos a cabeça fora dos sítios onde ela não deve estar. Estes dois aspetos revelados pela Via dão-nos uma integralidade da Prática que nos salva das aspirações grandiosas e da estupidez obescéna: nós não podemos sucumbir ao medíocre com tanto rambardas de segurança.

Que alegria de saber que somos obrigados a contemplar a nossa incompetência para ir até uma sublimação conciente: duas Portas para equilibrar a nossa Busca.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A sorte de praticar

Nos tempos antigos, não havia muitos praticantes: a vida sendo muito dificil, não existia verdadeiramente tempo livre. Aqueles que tinham a sorte de cruzar no caminho dum mestre escolhiam as suas vias: ficar no mundo ou seguir o mestre.Não havia a escolha do estilo ou da tradição, da forma ou do fundo: encontrar um mestre era raro, não se podia deixar passar essa sorte.

Havia então poucos praticantes

Hoje nós temos a escolha de praticar todos os estilos que existem, de passar dum mestre ao outro se o desejamos ou ainda fazer uma alègre mistura de tradições respigadas durante o nosso tempo livre.

Mas há sempre poucos praticantes

É o paradoxo da escolha : demasiada escolha mata a escolha, o empenho estando asfixiado pela tentação das distracções. Isso não é grave: toda a gente pode fazer o que quer. Mas para aqueles que estão na prática, par aqueles que estão numa Via, para aqueles que sentiram a alegria do ensino, é preciso não abrir mão!

Não existe muitas coisas mais importantes que de nos conhecer-nos profundamente, de conhecer os outros e o nosso mundo: todo o resto evolue e pode desaparecer, esse saber permite de viver mais e melhor, tornar-mo-nos melhores seres humanos e de moldar um mundo melhor. Para aqueles que estão na Via, atenção : não vos deixais distrair, não perdeis a fé, não desapareceis debaixo das camadas do mundano: vós sois praticantes de hoje e o mundo precisa de vós.

A Via é difícil, ela pede muito, mas olhai o que sabeis a mais do que antes, o que vós sabeis fazer mais do que antes, tomai consciência do que trás o vosso ensino o tempo não pode ser utilisado mais inteligentemente que no estudo do ser humano na vida e na compreenção das mudanças do mundo.

A primavera é um momento difícil onde o praticante pode sentir-se cansado, tendo apenas sobrevivido ao inverno onde a prática é tão dura, mas é um momento tão mágico. O mundo vai nos dar uma energia admiravel que é bon utilisar inteligentemente: PRATICAI!!

No principio do ciclo, nesta estação incrível que é a Primavera, é preciso

 - Saír e praticar fora

- Ir para a natureza e aproveitar o ar

- Encontrar-se entre amigos para falar-mos juntos

É o momento da reflexão e detrocas, de saber puchar pelo corpo para lhe dar força e é um momento  de planificação para o ano: como é que eu vou escolher de orientar a minha vida este ano?

Nós temos a sorte de poder estar numa prática, de estar interessado por uma prática ou de discutir duma prática: não desperdicemos o nosso tempo e vamos para o conhecimento. Clarificai as vossas necessidades e os vossos desejos, arrumai os vossos afazeres e planificai os vossos treinos, é o momento de atuar!

domingo, 8 de setembro de 2013

Respeito do ensino e do docente

Eu admito que não sejamos mais numa época onde o futuro aluno deve ficar meses debaixo da chuva, diante da porta do mestre, afrontando o vento e o frio na esperança de ser recebido... Nunca está bom tempo diante da porta dum mestre...

Mas mesmo assim !

Se o respeito do ensino ainda existe, em palávras, o respeito do docente não sobrevive que em pouca gente.

Há um paradoxo que faz que quanto mais o mestre está avançado nas suas próprias pesquisas, menos ele gostará de as partilhar fácilmente... ele conhece demasiado o preço disso. Esses anos de rafinagem de um saber que ele teve que assimilar e digerir, essas horas e esses meses em que ele teve que pôr tudo em ordem... Os mestres não são ordenados que muito excepcionalmente nas lições que eles dispensam... Aquele que é um perito ou um jovem mestre, que pratica mais do que ensina, não tem vontade de dar o que sobre o qual ele trabalha.

Por respeito do outro, por abertura de espírito, aquele que pratica pode ver como o ensino muda positivamente a sua vida assim como a dos outros e não pode impedir-se de fazê-lo partilhar.

Isto é por respeito do ensino, do ponto de vista do perito ou do mestre: ele deve fazê-lo viver e abrir-se áqueles que querem saber mais.

Segundo a sua tradição ou o seu mestre, ele respeitará as vontades deste no que diz respeito ao que pode ser ensinado e em qual ordem; ele aproveitará a esperiência do docente do seu insrutor, mesmo fazendo as suas próprias experiências.

Isto é o respeito do docente pelo seu próprio mestre

Agora os alunos que praticam em “diletante”, que estão de passagem ou aqueles que se informam... Os mesmos que estão na origem dos segredos e das mistificações dos mestres, eles colheram nada de importante. Não mostrando, nem respeito pelo ensino, nem respeito pelo docente, eles contentar-se-ão do que o mestre quiser ensinar-lhes... e é manhoso um mestre....

Se vós fosteis um mestre… sim, sim experimentamos... que vos visteis  um seja- dito futuro aluno que não tem nenhum respeito e que não quer senão “copiar” alguns “trucs”, o que é que vós  lhe darieis?

Respeito pelas tradições esquece-se, por besteira ou ignorância, o resultado é a desperdição do sabere a médiocridade dos ensinos.

É necessário pegar o tempo de saber se se procura uma prática e, se é o caso é preciso encontrar aquela que nos convém,a seguir é precios consagrar a ela com “devoção”, deixar de lado as suas dúvidas, os seus medos deixar-se ir com confiança.

E se a confiança pede demais ao seu ego, tentemos pelo menos a educação e o respeito...

É nisto que o respeito do docente é uma forma de respeito de si mesmo: nós somos responsáveis das nossas escolhas.

Boa sorte nas vossas escolhas que serão as vossas vias.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Da Meditação

Meditação ?

Há muito tempo, a meditação é no imaginário popular como uma prática que “acalma” e que descontrái. Imagina-se o yogi, meio nu, na posição do lótus, o polgar e o major em contacto, o olhar mol no absoluto e em relação com o universo... hum, isso não vai ser muito fácil....                                       

Toda a prática que se baseia na ilusão, um imaginário fácil ou leitores romanescos não pode ser séria. Toda a prática séria funda-se sobre ume relação com um ensino transmitido por um professor. No decorrer dos últimos cinco anos descobrio-se em medecina chinesa um sindrome de uma patologia nova: o mau chi kung e as más práticas “new age”. Sem mestre, por leituras e “conselhos”, as pessoas fecham-se numa prática nociva da qual elas não têm, nem chaves nem portas.

Antes de tudo, o que é que se passa na cabeça do yogi de à bocado ? Será que ele dorme?

Se a prática não faz parte duma tradição, mas fica só um meio de  “descontraír”, é mais proveitoso fazer relaxação ou sofrologia. “Descontraír-se” com a meditação, é um pouco como pegar num carro de assalto para esmagar uma formiga. A meditação, é uma relação espiritual com o mundo, mas isso não é um exercício, não verdadeiramente.

Concentração, focalisação

A primeira coisa de que se fala nos livros  “new age” sobre a meditação, é a concentração. A idéia é boa, mas não convém como termo. É preciso estar atento, presente, focalisado mais numa atenção descontraída e constante. Na idéia mesmo de “concentração” há uma noção de tensão evidente que é contrário ao que procuramos na meditação. Nós procuramos uma descontração que tornará a nossa atenção durável. Nós devemos poder focalisar-nos sobre a prática numa escuta global do nosso corpo e do nosso espírito. E nesse caso, nós estamos sómente nos preparativos, nós não estamos na meditação. 

Atenção : destendida e sustentada

Toda a nossa prática é baseada numa atenção distendida do nosso universo interno e externo: “ o que está no alto é como o que está em baixo”, dizia Hermés “ O Três Vezes Grande”. Esse olhar interior junto com o conhecimento do mundo trona-nos presente e consciente. Nós evitamos de perder tempo numa projecção futura ou no repassar das nossas recordações passadas. Nessa procura do instante, nós temos uma arma incrível quotidiana e por vezes permanente: a meditação. O nosso espírito é muitas vezes estimulado pelo mundo das percepções externas e nós perdemos-nos por vezes na análise doente e conpulsiva das mesmas. Nós vemos uma linda árvore et estragamos esta percepção com um comentário idiota: ”É linda esta árvore, mas já vi mais bonitas, eu creio, mas...”.

Quotidianamente, nós temos a possibilidade de reencontrar um estado de silêncio que nos repõe na nossa prática taoïsta, un “voltar” de todos os dias. Este estado é a meditação. Sem esta, nós podemos perder-nos nos meandros do nosso espírito, fugindo a realidade para nossa interpretação do que nós percebemos.

Não um exercício, um estado

A meditação não é uma prática, é um estado. É un estado de silêncio, volta sobre si mesmo, para o seu “centro”. Este estado é o nosso estado “normal”, mas ele está engolido nos nossos diversos pensamentos compulsivos, ele está aqui, mas nós não o vemos mais há já muito tempo; ele está presente, mas nós não o estamos suficientemente para nos dar-mos conta. Os exercícios e as práticas permitem-nos de reencontrar uma nova intimidade com a nossa natureza profunda, silenciosa e distendida. Mas os exercícios e as práticas não são “a meditação”, eles não são  senão as vias que nos conduzem até ela: “ a não confundir”. Ficar num exercício enquanto que se procura o producto dest, é carregar com a sua jangada depois de se chegar á terra firme: nós estamos numa confusão que se apoia sobre o aspecto securisante de exercício e que permite de não se confrontar com a realidade do estado meditativo. No estado medidativo, na meditação, nós não podemos mentir nos e vemos a realidade. Esta confrontação e a visão da nossa “personagem”, das nossas mácaras, podem ser fatais para o nosso ego.

Para a maioria dos principiantes, o estado de paz e de silêncio é tão desconhecido que é necessário passar pela a única via de acesso possível: a iniciação

Como encontrar o que é desconhecido

Não é possível procurar eficazmente o que não conhecemos. É sempre perigoso de procurar qualquer coisa a partir de suputações mentais e do seu imaginário. A imagem que se faz do objecto procurado pode dirigir a nossa atenção sobre toda outra coisa: o objeto imaginado no nosso espírito, fruto do nosso mental, alimentado pelo nosso ego e sustentado pelos nossos fantasmas. Para não nos enganar-mos é suficiente aperceber o que procuramos por experiencia directa, então a procura pode começar. O professor estará ali para nos lembrar a nossa percepção pelas nossas associações compulsivas de mental. O professor experimenta e conhece melhor que nós esse sujeito, se não ele não é o professor.

Esta perceção direta do estado meditativo exige um retiro do seu quotidiano, muitas vezes por alguns dias, e uma imerção na prática. Na nossa escola, nós estamos opostos a esta idéia esparciate de “no pain, no gain”, sem dor não há sucesso. Ao contrário, nós buscamos a distensão do corpo e do espírito que passa por exercícios em posições confortáveis e num quadro agradável assim como uma boa alimentação. É muitas vezes fácil de ter visões quando estamos privados de comida e de sono, mas sõ ali sómente experiências de origem psicológica que não dizem respeito á espiritualidade. Nós queremos conhecer essas experiências em plena possessão do nosso espírito, do nosso corpo e do nosso julgamento critico. Esta perceção direta é a iniciação.   

O princípio da iniciação

O princípio iniciático, utilisado desde sempre no taoïsmo antigo, é a maneira mais segura reencontrar este estado meditativo, presente mas pouco perceptível. Nós esquecemos por alguns dias a nossa vida e numa prática total nós razemos o silêncio em nós. O nosso corpo e o nosso espírito comunicam realmente e nós entramos numa paz sem medo: nós conhecemos, durante alguns segundos, o estado meditativo, a nossa verdadeira natureza. O valor de iniciação depende da experiência do professor. Ele não deve ser um colecionador de saber, mas um guia que já passou pelo caminho que vos mostra. Uma “auto iniciação” sem professor ou entre practicantes não tem valor e só é um abismo escancarado de ilusões e de mentiras alimentados de ego e de fantasmas. Eis pelo que é da iniciação   

 “O regime do fogo”

Depois de ter preparado os ingredientes para a sua preparação culinária, é necessário agora coser tudo. Porque um prato tenha êxito, são necessários três elementos maiores:

- A qualidade dos ingredientes de base,

- A ordem de preparação e os diversos estágios a respeitar

- A força e o tempo de cozedura

 A qualidade dos ingredientes de base depende de :

- A distensão do corpe e do espírito

- A transmissão das práticas pelo professor

- O trabalho realizado pelo principiante

É inútil, eu não o farei então, ir mais á frente no detalhe

Nós nomeamos as qualidades de base os “ingredientes de transformação”.

 Para obter um bom frango “agridoce”,  não será aconselhável de colocar um molho antes de fritar o frango... Há uma ordem a respeitar. E de mais é preciso preparar o molho ao mesmo tempo que o frango para que ele fique ligado, sem queimar o frango e estragar o molho: os estágios são então importantes. Esses detalhes são o núcleo da prática, o que vós fazeis como praticante, sobre os conselhos do professor.

Na alquímica, nós falamos de “processo alquímico”

Se o treino não é quotidiano, seguindo o vosso ritmo e o vosso nível de prática, nós podemos compara-lo a uma cassarola de água que procuramos fazer ferver sobre um fogo intermitente; pois para que haja fervura, é preciso um fogo constante e suficientemente forte. Mas se a prática é exercida sem preparação, sem professor ou com adaptações nascidas no nosso imaginário (alimentadas do ego que se defende), então isso pode ser comparado a uma cassarola vazia em cima dum fogo contínuo: uma pressão e um calor se espalha, o todo não sendo são para atingir “a immortlidade taoïsta”. Se não praticais, mas pretendeis a uma evolução, é procurar esta “ebulição” sem cassarola e sem fogo, na cabeça talvez...

Na alquímica interna, nós falamos do “regime do fogo” 

Como começar ?

A única que fazer é encontrar um professor

Para distender o seu corpo e o seu espírito, chega de tornar imóvel o primeiro e de pôr em movimento o segundo.

Mais vale passar um tempo a encontrar um bom guia em vez de fazer mil práticas confusas de frente. A acumulação de ensinos só pode cegar o procurador na sua procura.

 Se estais sentado as vezes sobre uma almofada rígida, as costas tensas e os axilares apertados. Se acumulais jejuns e outra práticas nocivas, que tudo sái de leituras e de conferências em “feiras ao espíritual” então abandonai tudo isto e ide à procura do ensino valável, de um encontro verdadeiro.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Agora já chega !

Hoje pode-se comprar em linha os segredos dos grandes mestres, estar “acordado” seguindo cursos por correpondência, fazer uma psicanálise por telefone e ter relçãoes sexuais “interativos” com a televisão... Como fazer parte dessas coisas?

Já, que seja do alerta á fusão no tao, passando pelos organismos électrónicos, toda “relação” sem contacto com um ser humano pode ser considerado como suspeito. Pode-se sem risco partir sobre uma base evidente (para alguns), que mais vale encontrar pessoalmente o ser com o qual a relação se vai criar.

Não, a vidio não conta!

Se a planeta parece encolher, se se pode viajarao outro lado do mundo em menos de um dia, é necessário aproveitar para se deslocar em vez de encomendar por correspondência. Até nem se pode dizer que o custo é um problema com as ofertas cada vez mais incríveis, ao alcance de todos, agências de viagem e companhias aéreas soldam o mundo. No quadro idílico do entrecâmbio mundial das informações as mais héteroclitas nesta fusão global dos seres e das culturas, com meios ilimitados para poder ser mais livre... Porquê nos encontramos na nossa pequena sala escura para ver um vidio dum gourou que propõe fazer rodar os seus “chakras” no bom sentido? Porquê fazê-lo de forma “secrèta” de tai chi, aprendida num livro? Verdadeiramente não sei, há demasiadas respostas, para soluções insuficientes.

O que é uma certeza, para todos aqueles que são honestos (pelo menos uma hora por dia...) É que esta situação está relacionada directamente com os nossos medos, com o nosso “Medo”. Que nos impede de ir encontrar pessoas, de partir fazer um estágio para ver um mestre que admiramos, de se instalar numa vila onde há esses ensinos que queriamos seguir...? Ninguém?  Nós mesmos? A sociedade ?, os faliliares ?, os vizinhos ? Nosso trabalho ? Sómente o nosso “Medo”

É tempo de parar de ter medo para enfim utilisar o nosso tempo á nossa própria construcção, o nosso desenvolvimento, os nossos prazeres...

Agora já chega

É necessário desligar a televisão, o rádio, esses barulhos que se tornam amigos para substituir os humanos, esses gadgets que captam a nossa atenção para evitar de ver em frente, para não escutar    “a sua música interior”, não pensar. É tempo de ocupar o seu espaço, de ir para os outros e de se escutar para realisar os nossos mais caros votos. Todo esse montão de “asneiras” sem limite que nos querem vender a todo o custo ( e a todos os preços..) esses mestres a dois francos (isso nã faz muitos euros...), todas essas maneiras grosseiras e glaucas de apasiguar, sem sucesso, o nosso mal estar, os falsos prazeres e as verdadeiras vigarices, chega!

Mas...

Nesta selva, há também a possibilidade de encontrar pessoas que procuram fazer renascer culturas, espiritualidades e práticas reveladas a luz do dia, autênticas e honestos guias espirituais que tetam entregar as pessoas a suas verdadeiras naturezas. Mas tudo o que é válido e autêntico se partilha de “coração” como disem os chineses, entre “quat’z’yeux” (de frente a frente).

Não é nos estádios onde se difundem os vidios sobre écrans gigantes de gourous desaparecidos, nem em salas de desporto entre “o aqua gim” e os”abdos/nádegas”e certamente que também não nos seminários onde “os participantes estão seguros de um acordar ao fin do estágio,ou pelo menos dum diploma” essas pessoas, esses ensinos, encontram-se ao fio da vida, mas sómente se nos encontramos na vida. Os sentidos en alerta, os olhos abertos, isso só pode acontecer se se está pronto, aberto e disponível. Nesses encontros, algumas serão como um despertar, outras histórias curtas (diz-se que são as melhores) e por vezes podemos encontrar a nossa via.

Como saber se é a sua via ?

Quando olhais para a vossa mão esquerda, vós sabeis que é a vossa mão esquerda... Da mesma maneira o reconhecimento da vossa “via”, a sua “legenda pessoal” como diz Paulo Coelho é uma evidência. Se depois ter reconhecido o caminho destinado, tão persuadido no fundo do vosso coração e do seu corpo, e encotrais o meio de o não seguir...é pena! Nada de desesperante ou triste na dúvida ou no receio de se empenhar, é necessário tomar tempo, andar á volta, vêr, sentir, escutar, e talvez mesmo provar... E fazer enfin a vossa escolha.

Mas quando a escolha está feita, é mergulhar, abandonar-se e fazer que esta prática se torne a primeira prioridade da vossa vida, se não, não serve de nada, mais vale acender a televisão. Nunca escondi a dificuldade que isso representa, mas deve-se ser claro.

E eu penso que sem uma via, não se vai a lado nenhum.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Escolher uma direcção

Uma ratinha num boraco, debaixo da terra devia cavar para saír do mau passo. Ela cavou para sul durante três dias, depois refletiu e cavou para o norte. Ao fim dum tempo, ela esbarrou com dificuldades e escolheu de cavou para o oeste. Cavando nesta nova direcção, ela interrogou-se se para o este não seria o mais apropriado. Ela foi então cavar para o este. Estenuada e sempre no mesmo ponto, a ratinha morreu sem saír do seu boraco. 

Hoje, com demasiadas informações nós vamos para vias multiplas e ensinos aremendados. Os estilos “completos” e tradicionais não são suficientemente brilhantes e demonstrativos, dando nascimento a “novos estilos” bem pobres, muito mais bonitos...

As vias antigas cobriam todos os aspectos da prática e muitas vezes aspectos da vida. Para que essas vias se perpetuam, é necessário com o mesmo professor ou mestre durante longos anos. Era necessário “mergulhar” na prática como num precipício, num abandono total. Hoje se um DVD dum professor vos agrada, vós ides encontrá-lo e “comprar-lhe” o seu saber. Vós podeis comprar também os seus livros ou os seus vcd e aprender na sua casa no seu sofá entre dois episódios de “operação sedução”...

A simplicidade apparente da transmissão do saber das artes internas levanta alguns problemas :

- A maior parte dos professores actuais são pesquisadores ou praticantes, não peritos, mas é necessário ganhar dinheiro...

- Toda a gente pode pretender tudo o que se lhes agrada a partir do momento em que há uma coleção suficientemente grande de DVD, VCD ou K7 vidio...

- Os Sparrings, competições e fantasmas colportados por filmes, desnaturam os conceitos do combate marcial.

 “Uma só vida, uma só via”, dizia o meu professor. É importante dar-se tempo para decidir se sim ou não fazemos esse mergulho; mas depois é necessário cavar até ao fim para não acabarmos como o pobre roedor da história contada mais acima.

Nos estilos tradicionais, todas as facetas do combate, da saúde e da energia estão incluidas. Conhecía-se os limites do seu estilo e os perigos das práticas. O acumular de várias práticas que vêm  de tradições e com os seus effeitos diversos não pode ser são para o corpo e o espírito. Fazer de “o externo para a saúde e o interno para a saúde” é uma frase idiota, não se pode fazer um pouco de isto ou daquilo, isso não é possível. Os métodos de desenvolvimento das qualidades do praticante pedem demasiado tempo de investimento para poder ser repartidos conforme os dias da semana.

Certas vias são identicas mas têm nomes diferentes, por causa das suas delocalisações ou do mestre tendo escolhido de renomear a prática. Nesses casos, é evidente que não há problema.

Rebuscar à direita ou à esquerda, procurar mais do que praticar, estar sempre na aprendizagem e nunca na prática (ver a espera), eis os perigos da nossa época para os praticantes sinceros. Nao é necessário mentir-se e ser claro sobre as necessidades e os fins...finalmente o que é que se quer?

Levar tempo e ir ao fundo da via, se temos a sorte de ter um mestre competente, é creio a melhor solução. Praticar um pouco de desporto num espirito lúdico é também muito interessante mas fora do sujeito aqui. No caso onde nós estamos procurando um professor, a vida saberá conduzir-nos para a via, mas é necassário ainda não se estar muito ocupado a cavar...

sexta-feira, 31 de maio de 2013

A ilusão da distensão

Esta ilusão constata-se na não coordinação e na rijeza mental. A impossibilidade a adaptar o seu gesto, a se deslocar cumprindo uma acção, são sinais de tensão. A saúde do corpo sobre o longo termo depende desta distensão. As articulações, a saúde dos musculos e da coluna vertebral vão envelhecer em boas condições se nós estamos distensos. Todos os abusos, os excessos, se pagam a medida que os anos passam. Nada é gratuito: então se não precisa de defender a sua vida todos os dias, é inutil de destruir o seu corpo com treinos rudes para uma confrontação que talvez nunca ocorrerá. O condicionamento de repetição é suficiente, um condicionamento duro e especialisado é muitas vezes perigoso. É mais útil viver em boa saúde muito tempo do que fazer-se de espertalhão alguns anos e, cochear o resto da sua vida ou não mais poder servi-se das suas mãos.

É impossível ficar fraco físicamente se seguimos um treino quotidiano e isto sem nunca ter tensões musculares. Este treino pode fazer-se sobre um longo prazo onde os anos não trazem uma regressão técnica. É uma prática de vida para toda a duração desta. A distensão é o elemento chave desta perenidade.

Muito Ruido para nada


Nós ocidentais, temos o hábito de discutir. Nós discutimos e debatemos entre nós sobre diversos sujeitos, nós gostamos dessas justas verbais para o prazer de nous escotar-mos falar.

A nossa sociedade  “administrativa” deleita-se de discussões que nós não tivemos e daquelas que devemos ter para “aclarar” as coisas... Mas no fundo, se há uma coisa que amamos, é muitas vezes o barulho da nossa voz.

Demasiadas vezes nós defendemos as nossas idéias como nós defenderíamos a nossa vida, de facto, nós defendemos as nossas idéias como a vida do nosso ego. Para o nosso mental, as nossas opiniões são muralhas de defesa, das estruturas da existência do nosso ego. Cada vez que nós temos um outro mental que vai contra as nossas idéias, é preciso ter razão para “sobreviver” para que o nosso próprio ego não estaja em perigo. Numa discussão, ter razão é viver e reforçar-se, não ter razão é morrer e desaparecer. Isto explica o nosso comportamento e a violência das emoções quando nós nos querelamos por asneiras.

Nas vias espirituais, é importante discutir com o seu professor sem perder de vista várias coisas:

- Nós não obtemos mudança pela discussão,
- O interesse está no contacto e não nas palavras,
- Para trocar palavras, é preciso saber do que se fala,
- É preciso escutar as palavras para compreender os conceitos.

Quais quer que sejam os segredos geniais que possa subtirar ao seu professor, tendo em conta o génio dele e o seu, as mudanças não são possíveis senão pela prática e o tempo. O facto de discutir demasiado e de “precisar” demasiado são meios para escapar á prática. O professor pode descobri-lo e contar-lhe não importa o quê, sómente para alimentar a sua sede de palavras; será sempre tempo de rectificar mais tarde. Quando se está com falta de palavras, na necessidade de conceitos, é impossível de ouvir, e por vezes de escutar. Por vezes, está-se da tal maneira no palavreado e nos seus pensamentos que não é possível assimilar a prática. 

 O primeiro fin de troca com o professor não é nas palvras. Se o mestre está no seu ensino, se não existe diferença entre o que é dito e o que é feito, então o exemplo srá mais forte do que o verbo. Pela sua presença, o professor guia mais que palas idéias. A via é um caminho que o professor conhece,ele pode guiar. Se o professor não conhece a via por experiência, ele não tem valor como tal; ele deve ficar erudito, um historiador da práctica, e não um guia. No caso do letrado, são as palavras que importam, não o homem.

É necessário falar com o seu professor, pedir e questionar, mas isso não é possível que se a prática está presente. Sem experiência da prática, sem conhecimento do que ela é, não é possível de discutir.

É útil discutir pontos gramaticais precisos de dialetos chineses com alguém que não compreende essa língua? Como falar de “hyglzayf” ou procurar um “ligzqfeuj”? Isso não é possível que se sabemos o que é.

Por experiência e empenho na prática, nós podemos discutir com o professor; sem prática, o discurso é inútil. No ardor, na fome violenta de prática, nós lançam-mo-nos por vezes sem escutar o que diz o professor. No entanto os conceitos pedem tempo para ser compreendidos, portanto há momentos de inatenção. Não é aceitável na prática não escutar o professor: mais vale ficar em casa.

No tempo antigo, existia a lei das “três vezes”.

A primeira vez, o mestre dá os conceitos duma prática e pede ao aluno de lhe mostrar o que ele compreendeu. Se o fundo está ali, mais do que a forma exige trabalho, o tempo e a assiduidade do praticante trarão sucesso. Se é evidente que o aluno não compreendeu nada e que que não conseguirá chegar lá, então vamos para o número dois.

A segunda vez, o mestre vai datalhar até que o aluno lhe afirme que ele compreendeu e que ele o demonstre. O professor sera éntão o testemunho da compreensão do seu disciplo. Normalemente o estudante vai sobre a sua via até ao novo exercício. Por vezes ele volta para o professor com questionamentos e pedidos de precisões, o professor é então ali para ele. Mas noutros casos, o aluno não praticou nada e demonstra-o na frente do professor, tendo “esquecido” o que lhe foi ensinado. Nesse caso, nos tempos recuados da China cruel, o professor passava rápidamente à étapa seguinte.

A terceira vez é um momento em que o disciplo demontrou a sua inatenção e a sua incompetência sobre o sujeito explicado e compreendido num momento. Ele mostra a sua desenvoltura e a leviandade do seu empenho na via... é a etapa do “está bem!”.

Eis o jovem tonto numa longa frase onde tudo o que ele fará estará “bem”, e sem correções do seu professor. Que faça ou não faça, que seja justo ou não, que venha treinar-se ou não,”está bem”.

Era a dura lei do ensino à antiga… Felizmente, é o passado!.

“Palavras de mais extenuam,
Não há nada melhor de que a prática”
Tao Te King capítulo 5

Aqui está. Nós devemos fazer-nos estas perguntas, partilhá-las com o professor, mas sem utilisar isso para escapar á prática. As palavras são momentos sem prática e os questionamentos e muitas vezes as falhas do empenho.