sexta-feira, 31 de maio de 2013

A ilusão da distensão

Esta ilusão constata-se na não coordinação e na rijeza mental. A impossibilidade a adaptar o seu gesto, a se deslocar cumprindo uma acção, são sinais de tensão. A saúde do corpo sobre o longo termo depende desta distensão. As articulações, a saúde dos musculos e da coluna vertebral vão envelhecer em boas condições se nós estamos distensos. Todos os abusos, os excessos, se pagam a medida que os anos passam. Nada é gratuito: então se não precisa de defender a sua vida todos os dias, é inutil de destruir o seu corpo com treinos rudes para uma confrontação que talvez nunca ocorrerá. O condicionamento de repetição é suficiente, um condicionamento duro e especialisado é muitas vezes perigoso. É mais útil viver em boa saúde muito tempo do que fazer-se de espertalhão alguns anos e, cochear o resto da sua vida ou não mais poder servi-se das suas mãos.

É impossível ficar fraco físicamente se seguimos um treino quotidiano e isto sem nunca ter tensões musculares. Este treino pode fazer-se sobre um longo prazo onde os anos não trazem uma regressão técnica. É uma prática de vida para toda a duração desta. A distensão é o elemento chave desta perenidade.

Muito Ruido para nada


Nós ocidentais, temos o hábito de discutir. Nós discutimos e debatemos entre nós sobre diversos sujeitos, nós gostamos dessas justas verbais para o prazer de nous escotar-mos falar.

A nossa sociedade  “administrativa” deleita-se de discussões que nós não tivemos e daquelas que devemos ter para “aclarar” as coisas... Mas no fundo, se há uma coisa que amamos, é muitas vezes o barulho da nossa voz.

Demasiadas vezes nós defendemos as nossas idéias como nós defenderíamos a nossa vida, de facto, nós defendemos as nossas idéias como a vida do nosso ego. Para o nosso mental, as nossas opiniões são muralhas de defesa, das estruturas da existência do nosso ego. Cada vez que nós temos um outro mental que vai contra as nossas idéias, é preciso ter razão para “sobreviver” para que o nosso próprio ego não estaja em perigo. Numa discussão, ter razão é viver e reforçar-se, não ter razão é morrer e desaparecer. Isto explica o nosso comportamento e a violência das emoções quando nós nos querelamos por asneiras.

Nas vias espirituais, é importante discutir com o seu professor sem perder de vista várias coisas:

- Nós não obtemos mudança pela discussão,
- O interesse está no contacto e não nas palavras,
- Para trocar palavras, é preciso saber do que se fala,
- É preciso escutar as palavras para compreender os conceitos.

Quais quer que sejam os segredos geniais que possa subtirar ao seu professor, tendo em conta o génio dele e o seu, as mudanças não são possíveis senão pela prática e o tempo. O facto de discutir demasiado e de “precisar” demasiado são meios para escapar á prática. O professor pode descobri-lo e contar-lhe não importa o quê, sómente para alimentar a sua sede de palavras; será sempre tempo de rectificar mais tarde. Quando se está com falta de palavras, na necessidade de conceitos, é impossível de ouvir, e por vezes de escutar. Por vezes, está-se da tal maneira no palavreado e nos seus pensamentos que não é possível assimilar a prática. 

 O primeiro fin de troca com o professor não é nas palvras. Se o mestre está no seu ensino, se não existe diferença entre o que é dito e o que é feito, então o exemplo srá mais forte do que o verbo. Pela sua presença, o professor guia mais que palas idéias. A via é um caminho que o professor conhece,ele pode guiar. Se o professor não conhece a via por experiência, ele não tem valor como tal; ele deve ficar erudito, um historiador da práctica, e não um guia. No caso do letrado, são as palavras que importam, não o homem.

É necessário falar com o seu professor, pedir e questionar, mas isso não é possível que se a prática está presente. Sem experiência da prática, sem conhecimento do que ela é, não é possível de discutir.

É útil discutir pontos gramaticais precisos de dialetos chineses com alguém que não compreende essa língua? Como falar de “hyglzayf” ou procurar um “ligzqfeuj”? Isso não é possível que se sabemos o que é.

Por experiência e empenho na prática, nós podemos discutir com o professor; sem prática, o discurso é inútil. No ardor, na fome violenta de prática, nós lançam-mo-nos por vezes sem escutar o que diz o professor. No entanto os conceitos pedem tempo para ser compreendidos, portanto há momentos de inatenção. Não é aceitável na prática não escutar o professor: mais vale ficar em casa.

No tempo antigo, existia a lei das “três vezes”.

A primeira vez, o mestre dá os conceitos duma prática e pede ao aluno de lhe mostrar o que ele compreendeu. Se o fundo está ali, mais do que a forma exige trabalho, o tempo e a assiduidade do praticante trarão sucesso. Se é evidente que o aluno não compreendeu nada e que que não conseguirá chegar lá, então vamos para o número dois.

A segunda vez, o mestre vai datalhar até que o aluno lhe afirme que ele compreendeu e que ele o demonstre. O professor sera éntão o testemunho da compreensão do seu disciplo. Normalemente o estudante vai sobre a sua via até ao novo exercício. Por vezes ele volta para o professor com questionamentos e pedidos de precisões, o professor é então ali para ele. Mas noutros casos, o aluno não praticou nada e demonstra-o na frente do professor, tendo “esquecido” o que lhe foi ensinado. Nesse caso, nos tempos recuados da China cruel, o professor passava rápidamente à étapa seguinte.

A terceira vez é um momento em que o disciplo demontrou a sua inatenção e a sua incompetência sobre o sujeito explicado e compreendido num momento. Ele mostra a sua desenvoltura e a leviandade do seu empenho na via... é a etapa do “está bem!”.

Eis o jovem tonto numa longa frase onde tudo o que ele fará estará “bem”, e sem correções do seu professor. Que faça ou não faça, que seja justo ou não, que venha treinar-se ou não,”está bem”.

Era a dura lei do ensino à antiga… Felizmente, é o passado!.

“Palavras de mais extenuam,
Não há nada melhor de que a prática”
Tao Te King capítulo 5

Aqui está. Nós devemos fazer-nos estas perguntas, partilhá-las com o professor, mas sem utilisar isso para escapar á prática. As palavras são momentos sem prática e os questionamentos e muitas vezes as falhas do empenho.

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