sábado, 5 de outubro de 2013

A entrada do paraíso tem duas portas para o inferno


 « Parecere subjectis e debellare superbos » 
No taoísmo classico, faz-se muitas vezes referência ao “um”, a esse retorno preconisada no capítulo 40 do Daodejing.

O retorno à unidade requer um trabalho específico, deversificado e falssamante progressivo.

Nós podemos no entanto realçar três aspectos principais ás diversas progressões sobre a Via: um trabalho sobri si mesmo, sobre o Mundo e sobre o misterioso do Céu.

Esta Via entre Céu e Terra é a espeficidade taoísta.

Este retorno para a unidade requer de dissecar o nosso ser, nossa vida, as nossas maneiras de actuar e as nossas ilusões, mas também transmutar esse grosseiro em luminoso, é uma alquímica global.

O treino sobre a Via requer de realisar duas “alquímicas”:
  • Uma do interior para o exterior
  • Uma outra do exterior para o interior
Falamos do que nós conhecemos bem, nas diferentes escolas do desenvolvimento espiritual, e que é o mais praticado: o trabalho do interior para o exterior.

Por introspecção, por buscas sobre nós mesmos, nós desenvolvemos um melhor conhecimento de si mesmo.

Este conhecimento permite-nos de trabalhar sobre os diferentes componentes compreendidos e nós vamos desenvolver todos os aspetos que fazem com que nós seres humanos; para fazer explodir o “o Zhen Ren 真人”, ser humano verdadeiro, perfeito Os perigos desta etape, é esquecer a sua finalidade, o mundo, os outros...

Este treino é suposto permitir-nos de nos integrar melhor no mundo, de viver melhor com os outros...salvo se estamos numa prática de retirada do mundo (o que não é o caso da nossa Escola).

Mais uma vez, esta parte da Via é de ir do interior, o nosso trabalho sobre nós mesmos, até ao exterior, o mundo e os outros.

A armadilha, é que no desenvolvimento de si mesmo, deixamos o nosso ego “explodir”, a nossa individualidade olha o mundo com desdenho, nós sentimo-nos superiores... Nós deixamos uma parte da Via morrer, nós paramos ao ponto de contacto com o mundo, ao limite das nosssa percepções.

É verdade que o trabalho sobre si permite de conhecer-mo-nos melhor, de funcionar melhor no mundo de ter uma vida mais fácil, mais fluida.

Olhando aqueles que ficam no mundano, é às vezes fácil de criticar e de julgar: o invés do que nos dita a Prática

Esta aspeto da Via pede-nos de fazer transpirar as qualidades da Prática no mundo, com os outros, para iluminar o nosso mundo, torná-lo mais agradável.

Não se trata de un desenvolvimento do interior  par o ego, mas de si ao mundo, do interior para o exterior : é a via da alquímica interna, esse trabalho de resoluções das minhas preocupações comigo mesmo para conseguir resolver as minhas contrariedades com os outros.

A alquímica interna é então uma via que nos faz saír do nosso ego, para que a nossa individualidade rafinada possa dar o exemplo no mundo .

As técnicas partem do centro do corpo para subir ao meio do nosso ser e saír para o mundo: o teste não é então sobre nós mesmos, mas sobre as nossas relações ao mundo.

O inquietante não é verdeiramente o tempo da prática passado totalmente sentado sobre os seus fundamentos, mas muito mais a maneira como o meu assopro permite uma melhor interação com os meus vizinhos.

O Assopro, é a energia que me é pedida para aceitar as opiniões diferentes, mas o assopro está também ligado ás emoções, as emoções que devem estar estáveis para acolher a rusticidade dos incultos.

Isso é então verdadeiramente um trabalho do interior para o exterior.
Mas há a outra via, a outra porta.

Negligenciada e desnaturada, muitas vezes secrèta, a alquímica externa taoísta permite de se mudar o exterior para o interior.

Pelas manipulações e as transformações que se desenrolam á frente dos nossos olhos, pelos “milagres” que se realisam em cacho, pelo tempo passado a olhar o mundo transformar-se, nós conseguimos a mudar radicalmente o que era “eu’.

Os prodígios da alquímica são :
  • Os elixires
  • A busca de Jing
  • A cozinha
  • A medecina taoísta
  • A dissolução
Esta prática obriga-nos a constatar com amargura que nós não somos perfeitos e que o trabalho vai ser longo: ela expõe a nossa necessidade de ser tranquilisado, a nossa incapacidade à presença, a impossibilidade do nosso ego a seguir as instruções ou ainda a nossa suprioridade assumidas.

Mas eis que por vezes podemos esconder na prática interna, em filtrando com manha as nossas mais gordas mentiras, a prática externa não engana: isso não dá!

Efectivamente, seguindo as instruções, deixando-nos levar por uma boa dose de atenção, fazendo como nos disseram: isso dá, o resultado está perante os nossos olhos, realisado.

Mais uma vez, quando nós tentamos os primeiros golpes, tendo posto de lado numerosas instruções, mal compreendidas ou muito simples para nós, por vezes mal escutadas, nós estamos em frente duma realidade esmagadora e intratável, uma evidência flagrante e verdadeira, uma certeza que acenta raíz na materialidade “ bem isso não dá”!

Quaisquer que sejam as crenças mais grandiosas que possamos ter sobre a sua evolução, quaisquer que sejam os mitos majestuosos que tenhamos construido sobre a sua grandeza de alma: o resultado também não está á vista.

É a força da via externa, ela nos trás para o real.

Que esta via seja a primeira ou em apoio à via interna,os dois aspetos da prática ajudam-nos a não sucumbir ao materialismo espiritual e a guardar-nos a cabeça fora dos sítios onde ela não deve estar. Estes dois aspetos revelados pela Via dão-nos uma integralidade da Prática que nos salva das aspirações grandiosas e da estupidez obescéna: nós não podemos sucumbir ao medíocre com tanto rambardas de segurança.

Que alegria de saber que somos obrigados a contemplar a nossa incompetência para ir até uma sublimação conciente: duas Portas para equilibrar a nossa Busca.