quarta-feira, 3 de julho de 2013

Da Meditação

Meditação ?

Há muito tempo, a meditação é no imaginário popular como uma prática que “acalma” e que descontrái. Imagina-se o yogi, meio nu, na posição do lótus, o polgar e o major em contacto, o olhar mol no absoluto e em relação com o universo... hum, isso não vai ser muito fácil....                                       

Toda a prática que se baseia na ilusão, um imaginário fácil ou leitores romanescos não pode ser séria. Toda a prática séria funda-se sobre ume relação com um ensino transmitido por um professor. No decorrer dos últimos cinco anos descobrio-se em medecina chinesa um sindrome de uma patologia nova: o mau chi kung e as más práticas “new age”. Sem mestre, por leituras e “conselhos”, as pessoas fecham-se numa prática nociva da qual elas não têm, nem chaves nem portas.

Antes de tudo, o que é que se passa na cabeça do yogi de à bocado ? Será que ele dorme?

Se a prática não faz parte duma tradição, mas fica só um meio de  “descontraír”, é mais proveitoso fazer relaxação ou sofrologia. “Descontraír-se” com a meditação, é um pouco como pegar num carro de assalto para esmagar uma formiga. A meditação, é uma relação espiritual com o mundo, mas isso não é um exercício, não verdadeiramente.

Concentração, focalisação

A primeira coisa de que se fala nos livros  “new age” sobre a meditação, é a concentração. A idéia é boa, mas não convém como termo. É preciso estar atento, presente, focalisado mais numa atenção descontraída e constante. Na idéia mesmo de “concentração” há uma noção de tensão evidente que é contrário ao que procuramos na meditação. Nós procuramos uma descontração que tornará a nossa atenção durável. Nós devemos poder focalisar-nos sobre a prática numa escuta global do nosso corpo e do nosso espírito. E nesse caso, nós estamos sómente nos preparativos, nós não estamos na meditação. 

Atenção : destendida e sustentada

Toda a nossa prática é baseada numa atenção distendida do nosso universo interno e externo: “ o que está no alto é como o que está em baixo”, dizia Hermés “ O Três Vezes Grande”. Esse olhar interior junto com o conhecimento do mundo trona-nos presente e consciente. Nós evitamos de perder tempo numa projecção futura ou no repassar das nossas recordações passadas. Nessa procura do instante, nós temos uma arma incrível quotidiana e por vezes permanente: a meditação. O nosso espírito é muitas vezes estimulado pelo mundo das percepções externas e nós perdemos-nos por vezes na análise doente e conpulsiva das mesmas. Nós vemos uma linda árvore et estragamos esta percepção com um comentário idiota: ”É linda esta árvore, mas já vi mais bonitas, eu creio, mas...”.

Quotidianamente, nós temos a possibilidade de reencontrar um estado de silêncio que nos repõe na nossa prática taoïsta, un “voltar” de todos os dias. Este estado é a meditação. Sem esta, nós podemos perder-nos nos meandros do nosso espírito, fugindo a realidade para nossa interpretação do que nós percebemos.

Não um exercício, um estado

A meditação não é uma prática, é um estado. É un estado de silêncio, volta sobre si mesmo, para o seu “centro”. Este estado é o nosso estado “normal”, mas ele está engolido nos nossos diversos pensamentos compulsivos, ele está aqui, mas nós não o vemos mais há já muito tempo; ele está presente, mas nós não o estamos suficientemente para nos dar-mos conta. Os exercícios e as práticas permitem-nos de reencontrar uma nova intimidade com a nossa natureza profunda, silenciosa e distendida. Mas os exercícios e as práticas não são “a meditação”, eles não são  senão as vias que nos conduzem até ela: “ a não confundir”. Ficar num exercício enquanto que se procura o producto dest, é carregar com a sua jangada depois de se chegar á terra firme: nós estamos numa confusão que se apoia sobre o aspecto securisante de exercício e que permite de não se confrontar com a realidade do estado meditativo. No estado medidativo, na meditação, nós não podemos mentir nos e vemos a realidade. Esta confrontação e a visão da nossa “personagem”, das nossas mácaras, podem ser fatais para o nosso ego.

Para a maioria dos principiantes, o estado de paz e de silêncio é tão desconhecido que é necessário passar pela a única via de acesso possível: a iniciação

Como encontrar o que é desconhecido

Não é possível procurar eficazmente o que não conhecemos. É sempre perigoso de procurar qualquer coisa a partir de suputações mentais e do seu imaginário. A imagem que se faz do objecto procurado pode dirigir a nossa atenção sobre toda outra coisa: o objeto imaginado no nosso espírito, fruto do nosso mental, alimentado pelo nosso ego e sustentado pelos nossos fantasmas. Para não nos enganar-mos é suficiente aperceber o que procuramos por experiencia directa, então a procura pode começar. O professor estará ali para nos lembrar a nossa percepção pelas nossas associações compulsivas de mental. O professor experimenta e conhece melhor que nós esse sujeito, se não ele não é o professor.

Esta perceção direta do estado meditativo exige um retiro do seu quotidiano, muitas vezes por alguns dias, e uma imerção na prática. Na nossa escola, nós estamos opostos a esta idéia esparciate de “no pain, no gain”, sem dor não há sucesso. Ao contrário, nós buscamos a distensão do corpo e do espírito que passa por exercícios em posições confortáveis e num quadro agradável assim como uma boa alimentação. É muitas vezes fácil de ter visões quando estamos privados de comida e de sono, mas sõ ali sómente experiências de origem psicológica que não dizem respeito á espiritualidade. Nós queremos conhecer essas experiências em plena possessão do nosso espírito, do nosso corpo e do nosso julgamento critico. Esta perceção direta é a iniciação.   

O princípio da iniciação

O princípio iniciático, utilisado desde sempre no taoïsmo antigo, é a maneira mais segura reencontrar este estado meditativo, presente mas pouco perceptível. Nós esquecemos por alguns dias a nossa vida e numa prática total nós razemos o silêncio em nós. O nosso corpo e o nosso espírito comunicam realmente e nós entramos numa paz sem medo: nós conhecemos, durante alguns segundos, o estado meditativo, a nossa verdadeira natureza. O valor de iniciação depende da experiência do professor. Ele não deve ser um colecionador de saber, mas um guia que já passou pelo caminho que vos mostra. Uma “auto iniciação” sem professor ou entre practicantes não tem valor e só é um abismo escancarado de ilusões e de mentiras alimentados de ego e de fantasmas. Eis pelo que é da iniciação   

 “O regime do fogo”

Depois de ter preparado os ingredientes para a sua preparação culinária, é necessário agora coser tudo. Porque um prato tenha êxito, são necessários três elementos maiores:

- A qualidade dos ingredientes de base,

- A ordem de preparação e os diversos estágios a respeitar

- A força e o tempo de cozedura

 A qualidade dos ingredientes de base depende de :

- A distensão do corpe e do espírito

- A transmissão das práticas pelo professor

- O trabalho realizado pelo principiante

É inútil, eu não o farei então, ir mais á frente no detalhe

Nós nomeamos as qualidades de base os “ingredientes de transformação”.

 Para obter um bom frango “agridoce”,  não será aconselhável de colocar um molho antes de fritar o frango... Há uma ordem a respeitar. E de mais é preciso preparar o molho ao mesmo tempo que o frango para que ele fique ligado, sem queimar o frango e estragar o molho: os estágios são então importantes. Esses detalhes são o núcleo da prática, o que vós fazeis como praticante, sobre os conselhos do professor.

Na alquímica, nós falamos de “processo alquímico”

Se o treino não é quotidiano, seguindo o vosso ritmo e o vosso nível de prática, nós podemos compara-lo a uma cassarola de água que procuramos fazer ferver sobre um fogo intermitente; pois para que haja fervura, é preciso um fogo constante e suficientemente forte. Mas se a prática é exercida sem preparação, sem professor ou com adaptações nascidas no nosso imaginário (alimentadas do ego que se defende), então isso pode ser comparado a uma cassarola vazia em cima dum fogo contínuo: uma pressão e um calor se espalha, o todo não sendo são para atingir “a immortlidade taoïsta”. Se não praticais, mas pretendeis a uma evolução, é procurar esta “ebulição” sem cassarola e sem fogo, na cabeça talvez...

Na alquímica interna, nós falamos do “regime do fogo” 

Como começar ?

A única que fazer é encontrar um professor

Para distender o seu corpo e o seu espírito, chega de tornar imóvel o primeiro e de pôr em movimento o segundo.

Mais vale passar um tempo a encontrar um bom guia em vez de fazer mil práticas confusas de frente. A acumulação de ensinos só pode cegar o procurador na sua procura.

 Se estais sentado as vezes sobre uma almofada rígida, as costas tensas e os axilares apertados. Se acumulais jejuns e outra práticas nocivas, que tudo sái de leituras e de conferências em “feiras ao espíritual” então abandonai tudo isto e ide à procura do ensino valável, de um encontro verdadeiro.