sexta-feira, 21 de junho de 2013

Agora já chega !

Hoje pode-se comprar em linha os segredos dos grandes mestres, estar “acordado” seguindo cursos por correpondência, fazer uma psicanálise por telefone e ter relçãoes sexuais “interativos” com a televisão... Como fazer parte dessas coisas?

Já, que seja do alerta á fusão no tao, passando pelos organismos électrónicos, toda “relação” sem contacto com um ser humano pode ser considerado como suspeito. Pode-se sem risco partir sobre uma base evidente (para alguns), que mais vale encontrar pessoalmente o ser com o qual a relação se vai criar.

Não, a vidio não conta!

Se a planeta parece encolher, se se pode viajarao outro lado do mundo em menos de um dia, é necessário aproveitar para se deslocar em vez de encomendar por correspondência. Até nem se pode dizer que o custo é um problema com as ofertas cada vez mais incríveis, ao alcance de todos, agências de viagem e companhias aéreas soldam o mundo. No quadro idílico do entrecâmbio mundial das informações as mais héteroclitas nesta fusão global dos seres e das culturas, com meios ilimitados para poder ser mais livre... Porquê nos encontramos na nossa pequena sala escura para ver um vidio dum gourou que propõe fazer rodar os seus “chakras” no bom sentido? Porquê fazê-lo de forma “secrèta” de tai chi, aprendida num livro? Verdadeiramente não sei, há demasiadas respostas, para soluções insuficientes.

O que é uma certeza, para todos aqueles que são honestos (pelo menos uma hora por dia...) É que esta situação está relacionada directamente com os nossos medos, com o nosso “Medo”. Que nos impede de ir encontrar pessoas, de partir fazer um estágio para ver um mestre que admiramos, de se instalar numa vila onde há esses ensinos que queriamos seguir...? Ninguém?  Nós mesmos? A sociedade ?, os faliliares ?, os vizinhos ? Nosso trabalho ? Sómente o nosso “Medo”

É tempo de parar de ter medo para enfim utilisar o nosso tempo á nossa própria construcção, o nosso desenvolvimento, os nossos prazeres...

Agora já chega

É necessário desligar a televisão, o rádio, esses barulhos que se tornam amigos para substituir os humanos, esses gadgets que captam a nossa atenção para evitar de ver em frente, para não escutar    “a sua música interior”, não pensar. É tempo de ocupar o seu espaço, de ir para os outros e de se escutar para realisar os nossos mais caros votos. Todo esse montão de “asneiras” sem limite que nos querem vender a todo o custo ( e a todos os preços..) esses mestres a dois francos (isso nã faz muitos euros...), todas essas maneiras grosseiras e glaucas de apasiguar, sem sucesso, o nosso mal estar, os falsos prazeres e as verdadeiras vigarices, chega!

Mas...

Nesta selva, há também a possibilidade de encontrar pessoas que procuram fazer renascer culturas, espiritualidades e práticas reveladas a luz do dia, autênticas e honestos guias espirituais que tetam entregar as pessoas a suas verdadeiras naturezas. Mas tudo o que é válido e autêntico se partilha de “coração” como disem os chineses, entre “quat’z’yeux” (de frente a frente).

Não é nos estádios onde se difundem os vidios sobre écrans gigantes de gourous desaparecidos, nem em salas de desporto entre “o aqua gim” e os”abdos/nádegas”e certamente que também não nos seminários onde “os participantes estão seguros de um acordar ao fin do estágio,ou pelo menos dum diploma” essas pessoas, esses ensinos, encontram-se ao fio da vida, mas sómente se nos encontramos na vida. Os sentidos en alerta, os olhos abertos, isso só pode acontecer se se está pronto, aberto e disponível. Nesses encontros, algumas serão como um despertar, outras histórias curtas (diz-se que são as melhores) e por vezes podemos encontrar a nossa via.

Como saber se é a sua via ?

Quando olhais para a vossa mão esquerda, vós sabeis que é a vossa mão esquerda... Da mesma maneira o reconhecimento da vossa “via”, a sua “legenda pessoal” como diz Paulo Coelho é uma evidência. Se depois ter reconhecido o caminho destinado, tão persuadido no fundo do vosso coração e do seu corpo, e encotrais o meio de o não seguir...é pena! Nada de desesperante ou triste na dúvida ou no receio de se empenhar, é necessário tomar tempo, andar á volta, vêr, sentir, escutar, e talvez mesmo provar... E fazer enfin a vossa escolha.

Mas quando a escolha está feita, é mergulhar, abandonar-se e fazer que esta prática se torne a primeira prioridade da vossa vida, se não, não serve de nada, mais vale acender a televisão. Nunca escondi a dificuldade que isso representa, mas deve-se ser claro.

E eu penso que sem uma via, não se vai a lado nenhum.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Escolher uma direcção

Uma ratinha num boraco, debaixo da terra devia cavar para saír do mau passo. Ela cavou para sul durante três dias, depois refletiu e cavou para o norte. Ao fim dum tempo, ela esbarrou com dificuldades e escolheu de cavou para o oeste. Cavando nesta nova direcção, ela interrogou-se se para o este não seria o mais apropriado. Ela foi então cavar para o este. Estenuada e sempre no mesmo ponto, a ratinha morreu sem saír do seu boraco. 

Hoje, com demasiadas informações nós vamos para vias multiplas e ensinos aremendados. Os estilos “completos” e tradicionais não são suficientemente brilhantes e demonstrativos, dando nascimento a “novos estilos” bem pobres, muito mais bonitos...

As vias antigas cobriam todos os aspectos da prática e muitas vezes aspectos da vida. Para que essas vias se perpetuam, é necessário com o mesmo professor ou mestre durante longos anos. Era necessário “mergulhar” na prática como num precipício, num abandono total. Hoje se um DVD dum professor vos agrada, vós ides encontrá-lo e “comprar-lhe” o seu saber. Vós podeis comprar também os seus livros ou os seus vcd e aprender na sua casa no seu sofá entre dois episódios de “operação sedução”...

A simplicidade apparente da transmissão do saber das artes internas levanta alguns problemas :

- A maior parte dos professores actuais são pesquisadores ou praticantes, não peritos, mas é necessário ganhar dinheiro...

- Toda a gente pode pretender tudo o que se lhes agrada a partir do momento em que há uma coleção suficientemente grande de DVD, VCD ou K7 vidio...

- Os Sparrings, competições e fantasmas colportados por filmes, desnaturam os conceitos do combate marcial.

 “Uma só vida, uma só via”, dizia o meu professor. É importante dar-se tempo para decidir se sim ou não fazemos esse mergulho; mas depois é necessário cavar até ao fim para não acabarmos como o pobre roedor da história contada mais acima.

Nos estilos tradicionais, todas as facetas do combate, da saúde e da energia estão incluidas. Conhecía-se os limites do seu estilo e os perigos das práticas. O acumular de várias práticas que vêm  de tradições e com os seus effeitos diversos não pode ser são para o corpo e o espírito. Fazer de “o externo para a saúde e o interno para a saúde” é uma frase idiota, não se pode fazer um pouco de isto ou daquilo, isso não é possível. Os métodos de desenvolvimento das qualidades do praticante pedem demasiado tempo de investimento para poder ser repartidos conforme os dias da semana.

Certas vias são identicas mas têm nomes diferentes, por causa das suas delocalisações ou do mestre tendo escolhido de renomear a prática. Nesses casos, é evidente que não há problema.

Rebuscar à direita ou à esquerda, procurar mais do que praticar, estar sempre na aprendizagem e nunca na prática (ver a espera), eis os perigos da nossa época para os praticantes sinceros. Nao é necessário mentir-se e ser claro sobre as necessidades e os fins...finalmente o que é que se quer?

Levar tempo e ir ao fundo da via, se temos a sorte de ter um mestre competente, é creio a melhor solução. Praticar um pouco de desporto num espirito lúdico é também muito interessante mas fora do sujeito aqui. No caso onde nós estamos procurando um professor, a vida saberá conduzir-nos para a via, mas é necassário ainda não se estar muito ocupado a cavar...